Declínio dos Recursos Hídricos na Bacia do Rio de Ondas, Região Oeste da Bahia

Autores

  • Paulo Henrique Prates Maia Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos-INEMA
  • Fernando Genz Diretor da "Rajendra Consultoria"

DOI:

https://doi.org/10.14210/bjast.v22n1.10281

Resumo

O comportamento hidrológico e o atual estágio de exploração de recursos hídricos na bacia do Rio de Ondas foram analisados utilizando dados de precipitação, vazão fluvial e níveis da água no aquífero. O comportamento interanual das estações revelou que, a partir de 1996 ocorreu o início de um período crítico na bacia, onde a ocorrência de uma estiagem de mais de vinte anos, aliada a pressão de demanda por água, provocou rebaixamento dos níveis no aquífero e reduções nas vazões anuais. O monitoramento da água subterrânea, de 2011 a 2015, corresponde a um período de baixa precipitação com apenas um ano acima da média. A correlação das chuvas com as vazões, a curto e a longo prazo e, os níveis da água nos poços permitiu compreender o comportamento do manancial a partir da posição dos poços na bacia hidrográfica. Os poços localizados próximo aos rios têm níveis de água subterrânea descendentes, seguindo a queda observada nas vazões e, mostram uma boa correlação com as chuvas. Os poços localizados no curso superior da bacia apresentam níveis descendentes com baixa resposta à precipitação e uma boa correlação com o fluxo dos rios, destaque para o rebaixamento de três metros ocorrido em um poço nessa posição. Os poços localizados nos interflúvios apresentam retardos na recuperação dos níveis do aquífero em relação às chuvas e vazões, mantendo-se descendentes. De maneira que, a instalação de baterias de poços concentrados, próximos as nascentes e veredas, poderão secar os riachos no alto curso dos rios, reduzir as vazões, desestruturando do sistema de controle das outorgas nos mananciais superficiais, prejudicando os usuários outorgados à jusante. Recomenda-se respeitar rigorosamente a distância entre o raio de influência dos poços e, entre este e os rios, cujo valor mínimo foi definido em estudos anteriores.  

Biografia do Autor

Paulo Henrique Prates Maia, Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos-INEMA

Graduado em Geologia pela Universidade Federal da Bahia (1979), Especialista em Gestão e Conservação dos Recursos Hídricos na Universidade Católica do Salvador (1998), Especialista em Gestão Organizacional Pública pela Universidade Estadual da Bahia (2000), Mestre em Geoquímica e Meio Ambiente pelo Instituto de Geociências da UFBA (2005) e Doutor em Geologia Ambiental e Recursos Hídricos pela a UFBA (2011). Atuou e possui experiência nas áreas de: geologia, hidrogeologia, gestão integrada dos recursos hídricos, qualidade da água, hidrogeoquímica, meio ambiente e geologia de petróleo.

Fernando Genz, Diretor da "Rajendra Consultoria"

Graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1991), mestrado em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1994) e doutorado em Geologia pela Universidade Federal da Bahia (2006). Tem experiência na área de Engenharia, com ênfase em Hidrologia, atuando principalmente nos seguintes temas: hidrologia superficial, monitoramento hidrológico, modelagem hidrológica, avaliação de alterações hidrológicas, erosão, outorga, variabilidade e mudanças climáticas, e dinâmica de estuários. Atualmente atua como consultor técnico.

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Publicado

2019-06-27

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Artigos