Flúor na Água do Aquífero Bambuí no Oeste da Bahia (Brasil)

Autores

  • Manuel Vitor Portugal Gonçalves Doutor em Geologia (UFBA), pesquisador do grupo Geoquímica das Interfaces UFBA.
  • Manoel Jerônimo Moreira Cruz Programa de Pós-Graduação em Geologia (UFBA), pesquisador líder do grupo Geoquímica das Interfaces UFBA.
  • Rodrigo Alves Santos Mestre em Geologia (UFBA), pesquisador do grupo Geoquímica das Interfaces UFBA.
  • Antônio Bomfim da Silva Ramos Junior Mestre em Geoquímica do Petróleo e Meio Ambiente (UFBA), pesquisador do grupo Geoquímica das Interfaces UFBA.
  • Carlos Alberto Machado Coutinho Mestre em Geologia (UFBA), pesquisador do grupo Geoquímica das Interfaces UFBA.

DOI:

https://doi.org/10.14210/bjast.v22n1.9654

Resumo

Este artigo reporta uma investigação científica da hidrogeoquímica básica do Aquífero Bambuí no oeste da Bahia, com ênfase o flúor. Foram amostras de 61 poços durante os anos de 2011 (período chuvoso) e 2012 (período de estiagem). O pH variou entre 6,87 e 8,93, com predomínio de condições alcalinas. As fácies hidroquímicas bicarbonaradas cálcicas (56%), mistas cálcicas (20%) e as fácies bicarbonaradas sódicas (10%) foram as mais representativas no sítio de estudo, em que as concentrações do flúor excederam o limite ótimo local (0.8 mg.L-1) para 30% dos poços, que oscilaram de 0,1 a 6.2 mg.L-1 e média de 0.96 mg.L-1. A análise das Componentes Principais e a composição das amostras de água sugeriram a relevância do intemperismo químico para a mineralização e qualidade da água subterrânea; bem como para compreensão do enriquecimento em flúor. A origem do flúor reflete a importância do intemperismo das rochas que encaixantes do Aquífero Bambuí, e a dissolução de minerais hospedados nestas, para a qualidade da água. Recomenda-se, para o sítio de estudo, investimento público significativo na pesquisa em geociências, saúde pública e na dessalinização das águas salobras. Deve-se, também, priorizar o monitoramento da qualidade da água subterrânea, poluição por nitrato e a vigilância epidemiológica da fluorose dentária relacionada a ingestão dessas águas. Os resultados dessa pesquisa mostram a relevância da gestão dos recursos hídricos para melhora do saneamento básico e para a promoção da saúde pública.

 

 

Biografia do Autor

Manuel Vitor Portugal Gonçalves, Doutor em Geologia (UFBA), pesquisador do grupo Geoquímica das Interfaces UFBA.

Biólogo nº 59.217/05-D,  graduação pela Universidade Católica do Salvador - UCSAL (2005), graduação em andamento de Geologia (UFBA), atualização em Educação Ambiental pela Universidade Federal da Bahia - UFBA (2010), especialização em Ecologia e Intervenções Ambientais pelo Centro Universitário Unijorge - UNIJORGE (2015), mestrado em Planejamento Ambiental pela UCSAL (2010), doutorado em Geologia pela UFBA (2014). É membro do grupo Desenvolvimento, Sociedade e Natureza (UCSAL), onde desenvolveu pesquisas de ecologia aplicada ao estudo de manguezais, bioindicação e biogeoquímica e subsídios ao planejamento ambiental em zonas costeiras; bem como participou, como pesquisador voluntário, do Projeto Avaliação dos Possíveis Impactos das Atividades de Exploração de Petróleo e Gás nas Ilhas de Tinharé e Boipeba, Cairu, Bahia, financiado pela FAPESB. Integra o grupo de pesquisa Geologia das Interfaces (UFBA), atuando em pesquisas de monitoramento ambiental; geologia e geoquímica ambiental, geomedicina; hidrogeologia isotópica; qualidade da água (química, física e microbiológica). Ministrou, na graduação em Engenharia Ambiental, as disciplinas Ecoeficiência, Microbiologia Ambiental e Ecotoxicologia, Meio Ambiente, Sociedade e Sustentabilidade e Ecologia Humana. É professor efetivo da Secretária de Educação do Estado da Bahia.

 

Manoel Jerônimo Moreira Cruz, Programa de Pós-Graduação em Geologia (UFBA), pesquisador líder do grupo Geoquímica das Interfaces UFBA.

Possui graduação em Geologia pela Universidade Federal da Bahia (1976), Mestrado em Geologia pela Universidade Federal da Bahia (1983), Doutorado em Petroquímica pela Universite Pierre & Marie Curie, Paris VI (1989) e pós-doutorado na Universidade de Montpellier em petrogeoquímica. Atualmente é Professor Titular da Universidade Federal da Bahia, Professor Permanente do Pospetro UFBA.Tem experiência na área de Geociências, ênfase em mapeamento geológico básico, estudo de corpos básicos de natureza gabro-anortosítica e mineralizações associadas, atua também na área da química mineral, litogeoquímica, hidrogeoquímica. Atualmente se dedica à geoquímica das interfaces, geoquímica ambiental, no estudo da qualidade das águas, vulnerabilidade de aquíferos, recuperação de áreas degradadas e geoquímica médica.

Rodrigo Alves Santos, Mestre em Geologia (UFBA), pesquisador do grupo Geoquímica das Interfaces UFBA.

Possui graduação em Geografia pela Universidade do Estado da Bahia - UNEB (2008), Mestrado em Geologia Ambiental, Hidrogeologia e Recursos Hídricos pela Universidade Federal da Bahia - UFBA (2011). studante de doutorado em geologia pela UFBA, com concentração em Hidrogeologia, Hidrogeoquímica e Recursos Hídricos. Possui experiência na área de Geociências, com ênfase em Qualidade de Água Subterrânea. Atualmente desenvolve pesquisas sobre a temática da Hidrogeoquímica do Aquífero Cárstico-Fissural, Bacia Sedimentar de Irecê - Bahia.

Antônio Bomfim da Silva Ramos Junior, Mestre em Geoquímica do Petróleo e Meio Ambiente (UFBA), pesquisador do grupo Geoquímica das Interfaces UFBA.

Atualmente doutorando em Geologia Ambiental, Hidrogeologia e Recursos Hídricos (UFBA). Mestre em Geoquimica do Petróleo e Meio Ambiente (UFBA) e bolsista do CNPq. PossuiGRADUAÇÃO EM CIÊNCNIAS Biológicas com ênfase em Meio Ambiente pela Faculdade de Tecnologia e Ciências de Salvador (2006). Formação Técnica em Meio AmbienteTem experiência na área de Ecologia de estuário e Geoquímica, presta consultoria na área ambiental e trabalha com pesquisas relacionadas a Gestão de Recursos Hídricos, Oceanografia, Hidrologia e Qualidade de água. (Texto informado pelo autor)


Carlos Alberto Machado Coutinho, Mestre em Geologia (UFBA), pesquisador do grupo Geoquímica das Interfaces UFBA.

Mestre em Geologia Ambiental, Hidrogeologia e Recursos Hídricos pela Universidade Federal da Bahia cujo trabalho teve seu foco na área de da geologia médica em especifico no estudo epidemiológico da fluorose dentária no município de Santana-BA. Possui graduação em Geologia pela Universidade Federal da Bahia (1991) e graduação em Odontologia pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (2008). Realizou também, outro mestrado em Geoquímica pela UFBA, com a dissertação sobre o tema Caracterização Geológica e Geoquímica do Talco e da Magnesita associadas às sequências Vulcano sedimentares da Serra das Éguas- Brumado / BA. Atualmente é professor universitário e atua, também, na área de Odontologia.

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Publicado

2019-06-27

Edição

Seção

Artigos