EVIDÊNCIAS PARA A CONTA CORRENTE INTERTEMPORAL NO BRASIL E ANÁLISE DO DISTANCIMENTO ENTRE TEÓRICA E OBSERVADA
DOI:
https://doi.org/10.14210/alcance.v29n1(Jan/Abr).p53-69Palavras-chave:
conta corrente intertemporal. mobilidade do capital. VAR. QCA.Resumo
Objetivo: Ter evidências do que contribuiu para o distanciamento entre as contas correntes observada e teórica do modelo intertemporal da conta corrente, tendo em vista que o modelo para o Brasil demonstra não ser suficiente para explicar os movimentos observados, não sendo compatível com a hipótese teórica de suavização do consumo ao longo do tempo, por meio de aquisição e venda de ativos no mercado financeiro internacional. Procedimentos Metodológicos: Utilizando a metodologia proposta por Huang (2010), investiga-se se a inclusão das variáveis taxa real de juros mundial e termos de troca ao modelo básico, para o caso brasileiro entre 1970 e 2010. Ainda que os resultados sejam favoráveis à inclusão daquelas variáveis, a conta corrente teórica não se ajusta totalmente à observada, resultado possível de se deparar na literatura em torno do tema. Na tentativa de avançar neste ponto da análise, o método VAR é combinado com o QCA com o objetivo de complementar a análise para ter evidências do que poderia ter contribuído para o distanciamento entre as contas correntes observada e teórica, entre 1980-2002. Resultados: As configurações específicas e consistentes obtidas fornecem indícios de que o distanciamento entre as contas ocorreu em cenário de maior troca, pelo setor privado, de ativos diferenciados para a produção futura. Originalidade: A utilização do método QCA complementar à análise do modelo intertemporal da conta corrente. A despeito da defasagem temporal dos dados em estudo, a estratégia metodológica de combinação dos métodos permite obter interações específicas entre variáveis que não compõem o modelo, mas são apontadas como possíveis explicações para o resultado obtido.Referências
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