A MORTE DO DISCURSO GRÁFICO: A QUEBRA NA TRANSMIDIAÇÃO DA RETÓRICA VISUAL E O FIM DO RECONHECIMENTO DAS MARCAS IMPRESSAS NOS PRODUTOS JORNALÍSTICOS EM PLATAFORMAS DIGITAIS
DOI:
https://doi.org/10.14210/rbts.v7n2.p59-69Palavras-chave:
jornalismo, discurso gráfico, retórica visual, transmidiação, convergênciaResumo
A queda na tiragem e o fim de edições impressas de veículos tradicionais
de mídia colocam em xeque um patrimônio de imagem construído ao longo dos anos: o discurso gráfico. A transposição da mídia impressa para a web não soube transportar os valores de imagem para o mundo digital e a nova geração de leitores pouco sabe da aparência ou da estrutura dos veículos originais. O momento atual ainda é de intersecção, mas em pouco tempo o legado atrelado ao aspecto visual dos jornais estará perdido, distanciando o produto digital de tal maneira de suas origens impressas, que pouco restará além do nome para a identificação das marcas. Um experimento desenvolvido para os principais veículos impressos da Alemanha comprova essa dissociação visual dos produtos. Ao combinar as capas das edições impressas com a capa dos portais web, ficou claro que existe uma coesão de design entre os exemplares de um mesmo suporte tecnológico, mas a conexão entre o produto impresso e a web de um mesmo veículo não pode mais ser estabelecida levando em conta apenas os aspectos visuais. O discurso gráfico está morto.