Submundo, violência e publicidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14210/vd.v21n2.p41-57

Palavras-chave:

cibercultura, comunicação, Violência de gênero, violência invisível, violência simbólica, imaginário social

Resumo

O presente artigo dedica-se a apreensão sobre o modo pelo qual o submundo da cibercultura (o oligopólio de sites de pornografia, webcamming e packs eróticos) encobre a violência contra a mulher por meio do simulacro publicitário nas redes interativas. A argumentação contempla a reflexão crítica sobre o contrassenso estabelecido entre a publicidade empresarial (que anuncia a vítima como protagonista do empoderamento feminino) e o contrato de prestação de serviços (que aprisiona a mulher ao proprietário invisível por meio da autorização vitalícia da sua imagem para circulação em qualquer site erótico da rede, bem como a impede de denunciar qualquer tipificação de violência sofrida nas plataformas). Este estudo justifica a sua contribuição para a área de comunicação, cibercultura e imaginário pelo uso predatório e ideológico do imaginário pela publicidade do mencionado submundo.

Biografia do Autor

Priscila Magossi, UNIP-SP

Doutora em Comunicação e Semiótica (PEPGCOS/PUC-SP com bolsa de apoio CAPES, 2010-2014). Mestra em Comunicação e Semiótica (PEPGCOS/PUC-SP, com bolsa de apoio CNPq, 2006-2008). Graduada em Jornalismo (Mackenzie-SP). Atualmente desenvolve pesquisa de Pós-Doutorado (PPGCOM/UNIP) com base na gestão de dados da investigação in loco (realizada no Leste Europeu e na América Latina, com ênfase na Romênia, na Colômbia e no Brasil) sobre o submundo do ciberespaço (uma configuração exploradora da sexualidade humana na direção da mercadoria, controlada por oligopólios ciberculturais, regidos por proprietários ocultos). É pesquisadora e membra da comissão organizadora da ABCIBER (PUC-SP), integrante do Grupo de Estudos Mídia e Estudos do Imaginário (UNIP), colunista do Portal Juristas e do Observatório de Ética. A pesquisadora é autora da obra de autoria individual "Ritualidades e vida cotidiana na cultura digital: uma investigação sobre os processos de comunicação e ritualização no ciberespaço" (Novas Edições Acadêmicas, 2020, 124p) e do capítulo "Comunicação e velocidade: as ritualidades do ciberespaço e a aceleração da vida cotidiana", parte da obra "A explosão do cibermundo: velocidade, comunicação e (trans)política na civilização tecnológica atual" (Annablume, FAPESP, 2017, 328p), resultante de dois anos de pesquisa coletiva supervisionada pelo Prof. Dr. Eugênio Trivinho no CENCIB/PUC-SP, com apoio CNPq/FAPESP.

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Publicado

2023-08-14

Edição

Seção

ARTIGOS E RELATOS DE PESQUISA