Análise da Morfodinâmica de Praias de Enseada a Partir de Imagens Aéreas Verticais. Caso de Estudo: Praias do Estado de Santa Catarina e do Litoral Norte do Estado de São Paulo.
DOI:
https://doi.org/10.14210/bjast.v15n2.p13-28Abstract
Este trabalho apresenta resultados da classificação morfodinâmica de praias de enseada do Estado de Santa Catarina (158 praias, do Cabo de Santa Marta à Ilha de São Francisco do Sul) e do Litoral Norte do Estado de São Paulo (133 praias, da Baía de Santos à Ubatuba), realizada indiretamente através de interpretação de imagens aéreas. Para isso foram construídos mosaicos georeferenciados com imagens do satélite QuickBird2 (para o Estado de Santa Catarina) e com fotografias aéreas verticais (para o Litoral Norte do Estado de São Paulo). Nas imagens foram analisadas a extensão das zonas de surfe e de espraiamento, presença de bancos, correntes de retorno e cúspides. Praias dissipativas apresentaram zonas de surfe e espraiamento extensas (> 100 m) e presença de sistemas de bancos múltiplos. Nas praias intermediárias foi observada uma extensão moderada das zonas de surfe (até 100 m) e espraiamento (até 10 m), além da presença de bancos rítmicos, correntes de retorno e cúspides. Já nas praias refletivas foi observada a ausência de zona de surfe (com a quebra de ondas ocorrendo na face da praia), zona de espraiamento estreita (< 10 m) e presença de cúspides. No Estado de Santa Catarina foi observado o domínio de praias refletivas. Essas praias dominam as regiões abrigadas, mas também ocorrem em locais expostos e com sedimento grosso. Seu domínio ocorre associado às baías Norte e Sul de Florianópolis, além da região da Costa Brava (da praia de Mata Camboriú à de Taquaras/Taquarinhas), que é exposta a ondas de maior energia. Praias intermediárias e dissipativas ocorrem predominantemente em regiões expostas. No Litoral Norte do Estado de São Paulo houve um equilíbrio entre praias refletivas e dissipativas. As praias refletivas tendem a dominar as regiões abrigadas (e.g. Canal de São Sebastião), mas o tamanho do sedimento disponível parece ser mais importante na determinação do estado morfodinâmico das praias protegidas, uma vez que também ocorrem praias dissipativas nesses locais. As praias intermediárias apresentam-se sempre em locais expostos. Observou-se a coincidência de mais de 70% da interpretação das imagens das praias do Estado de Santa Catarina e do Litoral Norte do Estado de São Paulo com dados de campo disponíveis na literatura. Conclui-se assim que a interpretação de imagens aéreas é um excelente método para determinar indiretamente o estado morfodinâmico de praias de enseada, desde que se tenha boas imagens e um interprete treinado e com experiência.Downloads
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