GRADIENTES DE SALINIDADE E FREQÜÊNCIA DE ALAGAMENTO COMO DETERMINANTES DA DISTRIBUIÇÃO E BIOMASSA DE MACROALGAS ASSOCIADAS A TRONCOS DE MANGUEZAIS NA BAÍA DE BABITONGA, SC

Autores

  • S. R. CUNHA UNIVALI
  • C. S. COSTA FURG, RS

DOI:

https://doi.org/10.14210/bjast.v6n1.p93-102

Resumo

Este trabalho teve como objetivo avaliar a influência dos gradientes de salinidade e freqüência de alagamento sobre a distribuição e biomassa das comunidades de macroalgas associadas a troncos de manguezais na Baía de Babitonga, SC (26º15’S, 48º35’W). Para tanto as algas foram coletadas ao longo dos troncos em faixas de 10 cm desde o substrato até o limite superior de distribuição das algas, em manguezais próximos à margem, desde a porção mais oligohalina até a porção euhalina da Baia da Babitonga. Este material foi separado por espécie, seco em estufa até a obtenção de peso constante, e representado como biomassa de algas por área de tronco (g ms m-2). Para avaliar a variação das comunidades, foram utilizadas análises de agrupamento e PCA, considerando a biomassa por espécie em cada freqüência de alagamento e em cada estação amostral. A biomassa média de macroalgas na porção euhalina (195,9 ± 58,8 g ms (massa seca) m-2 por área de tronco) foi significativamente superior à da porção oligohalina da Baía (36,9 ± 13,5 g ms m-2) e, embora não tenha sido observada diferença significativa da biomassa das estações mesohalinas com as estações oligo e euhalinas, houve uma correlação positiva entre biomassa de macroalgas e salinidade (r2=0,83). Através de análise de agrupamento e PCA foi possível identificar a formação dos seguintes grupos: 1) região euhalina com freqüência de alagamento superior a 92% do tempo, dominada por Bostrychia montagnei; 2) região euhalina com freqüência de alagamento inferior a 92% do tempo, dominada por Bostrychia tenella; 3) região mesohalina, dominada por Bostrychia calliptera e Bostrychia pinnata; 4) região oligohalina dominada por Catenella caespitosa. Tanto o grupo constituído pelas estações mesohalinas como o constituído pelas oligohalinas foram divididos em subgrupos determinados por freqüências de alagamento maiores ou menores que 92%. Além das diferenças em termos de biomassa e espécie dominante, houve uma redução significativa na diversidade da região euhalina (15 espécies) para a região oligohalina (4 espécies). A consistência na formação de grupos de estações e níveis intermareais amostrados, evidenciou a importância da salinidade e do alagamento como estruturadores das comunidades de macroalgas de manguezais na Baía da Babitonga.

Biografia do Autor

S. R. CUNHA, UNIVALI

Laboratório de Ecologia da Vegetação Costeira

C. S. COSTA, FURG, RS

Depto. Oceanografia

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Publicado

2010-11-12

Edição

Seção

Artigos