MIOPIAS DE UMA LENTE DE AUMENTO: AS LIMITAÇÕES DA ANÁLISE DE DOCUMENTOS NO ESTUDO DAS ORGANIZAÇÕES

Autores/as

  • Julio Araujo Carneiro da Cunha Universidade Paulista (UNIP)
  • Cesar Akira Yokomizo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade / Universidade de São Paulo (FEA / USP)
  • Carlos Alberto Grespan Bonacim Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto / Universidade de São Paulo (FEA-RP / USP)

DOI:

https://doi.org/10.14210/alcance.v20n4.p431-446

Palabras clave:

Análise documental. Análise de documentos. Método de pesquisa.

Resumen

As publicações nacionais na área da Administração, muitas vezes, recorrem ao estudo de caso como estratégia metodológica para a pesquisa de campo, que comumente apoiam-se na tríade: entrevista, observação e análise de documentos. Destas, foca-se, especificamente, na análise de documentos, a fim de se incrementar o rigor desse método de coleta de informações. Diante disso, o intuito da presente discussão é identificar as limitações da análise de documentos nos estudos das organizações, a fim de advertir os pesquisadores sobre os riscos existentes, para que uma pesquisa sob esse método detenha o rigor adequado. É importante entender que o processo de análise de documentos não é único, sendo complemento ou complementado por outros métodos coleta de dados. Por isso, uma análise de documentos com maior rigor exige atividades prévias por parte do pesquisador. Essas atividades envolvem reflexões e compreensão do pesquisador sobre: (1) o contexto social; (2) o indivíduo escritor do documento; (3) a elaboração do documento por parte do escritor; (4) a leitura do texto do documento; (5) o leitor; (6) o documento per se. A partir dessa sistemática, o pesquisador pode se deparar com os seguintes problemas: (a) contexto social ao qual o documento foi elaborado; (b) conhecimento prévio que o pesquisador pode deter para abstrair maiores informações do documento; (c) conteúdo preestabelecido, que limita a percepção do pesquisador quanto ao conteúdo do documento; (d) retórica contida no documento, que pode enviesar a interpretação da realidade da organização; (e) documento como fonte única de dados, que estabelece que o documento pode ser complementado por outros métodos de coleta de dados. A falta de preparo e de atenção em relação a todos esses elementos pode comprometer a compreensão da estrutura do documento e, principalmente, do seu conteúdo e discurso. Com essas precauções, acredita-se que os pesquisadores possam levantar com maior rigor informações empíricas por meio de análises documentais.

Biografía del autor/a

Julio Araujo Carneiro da Cunha, Universidade Paulista (UNIP)

Professor titular do curso de Mestrado em Administração da UNIP. Doutor em Administração pela FEA / USP e doutor em Administração de Empresas pela EAESP / FGV. Mestre em Administração de Organizações pela FEA-RP / USP. Graduado em Ciências Econômicas (FEA-RP / USP), Ciências Contábeis (FEA-RP / USP), Administração de Empresas (UNAERP), Comércio Exterior (UNAERP) e graduando em Marketing (EACH / USP).

Cesar Akira Yokomizo, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade / Universidade de São Paulo (FEA / USP)

Professor do Centro Universitário Senac. Doutorando em Administração na FEA / USP. Mestre em Administração pela FEA / USP e mestre em Administração de Empresas pela EAESP / FGV. Economista pela FEA /USP e engenheiro pela POLI / USP.

Carlos Alberto Grespan Bonacim, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto / Universidade de São Paulo (FEA-RP / USP)

Professor doutor do Programa de Pós-Graduação em Controladoria e Contabilidade da FEA-RP / USP. Doutor em Controladoria e Contabilidade pela FEA / USP. Mestre em Contabilidade pela FEA-RP / USP. Contador pela FEA-RP / USP.

Publicado

2014-05-28

Número

Sección

Artigo