CIDADANIA DEMOCRÁTICA: A PEDAGOGIA DAS CIÊNCIAS SOCIAIS NAS ESCOLAS PÚBLICAS

Autores

  • William Guedes Cortezia UNIVALI

DOI:

https://doi.org/10.14210/contrapontos.v17n2.p218-245

Palavras-chave:

Democracia, Cidadania, Pedagogia.

Resumo

Os currículos são historicamente formados dentro de sistemas de ideias que descrevem estilos de raciocínio, padrões e diferenças conceituais nas práticas escolares e com seus alunos. O currículo é uma prática de regulação social e regulador de poder. Quando se pregunta sobre o histórico do currículo, entende-se que também é uma questão da política do conhecimento no trabalho disciplinar (Antunes, 2007, Apple, 1971, Dewey, 1916, Freire, 1993). Este estudo é uma análise crítica do discurso de como o conceito de cidadania/democracia é ensinado nas escolas públicas, através do currículo de ciências sociais, tal qual encontrado no texto de padrões de estudos sociais e livros escolares selecionados, bem como nas transcrições de entrevistas de cinco educadores de estudos sociais de ensino médio em um sistema escolar público no sudoeste estadunidense (Gee e Green, 1998; Hicks, 1995; Luke, 1996, 2004). Esse conteúdo teórico baseia-se na teoria da Pedagogia Crítica, que focaliza como os currículos escolares são criados na formação do estudante-cidadão. O pesquisador descreveu, analisou e interpretou documentos que incluíam os Padrões Nacionais e Estaduais de Estudos Sociais estadunidenses, transcrições de entrevistas com cinco educadores de ciências sociais de ensino médio e livros didáticos de Geografia, Cívica e História estadunidenses utilizados pelo sistema escolar. A pesquisa destaca as evidências de nossa incapacidade de prover uma educação verdadeiramente democrática de cidadania, através de três foros diferentes no nível da escola pública: livros didáticos, padrões de estudos sociais e professores. Além disso, refere-se à importância dos anos do Ensino Médio e das características "intermediárias" para o desenvolvimento moral/social e acadêmico dos alunos. Os tipos de conhecimento socialmente aprovados e praticados em instituições educacionais (como a escola pública e o endosso oficial desse conhecimento refletido nos padrões de estudos sociais) merecem mais atenção de pesquisadores e educadores para preencher uma lacuna importante na literatura/análise da história de desenvolvimento de currículos de estudos sociais, nesse campo vital de ensino. O currículo de ensino médio de ciências sociais demanda de um foco mais lógico e necessita de uma organização mais qualificada. É essencial ter educadores envolvidos na construção da teoria, que crescerão a partir do processamento e da organização de novas informações. Professores e alunos podem comprometer-se a reunir-se e desenvolver quadros de referência, que se chamam sistemas e teorias. Cada um poderá, então, ser testado para sua utilidade e para seu poder de explicar, prever e estender o que é conhecido (Antunes, 2007, Apple, 1971, Combs, 1991). Entende-se, finalmente, que o resultado dessa pesquisa esclarece que o currículo é um trabalho constante em andamento e que, através da lente do discurso crítico, levou a concluir que o estabelecimento do conhecimento público faz parte do processo social democrático.

Biografia do Autor

William Guedes Cortezia, UNIVALI

Graduate Chair Early Childhood, Elementary and Middle School Programs

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Publicado

2017-05-12

Edição

Seção

Artigos